A meliponicultura, ou criação de abelhas sem ferrão, tem se consolidado como uma prática sustentável e inovadora no Brasil. Além de sua importância ecológica na polinização de plantas nativas e cultivadas, essa atividade oferece oportunidades econômicas para pequenos agricultores e comunidades tradicionais. O mel produzido por essas abelhas possui características únicas, diferenciando-se do mel convencional tanto em sabor quanto em propriedades terapêuticas.
As abelhas sem ferrão são adaptadas a diversos biomas brasileiros e desempenham um papel crucial na manutenção da biodiversidade. Sua criação em sistemas agroflorestais integra práticas agrícolas com a conservação ambiental, promovendo a sustentabilidade. A meliponicultura em sistemas agroflorestais permite a produção de mel e outros produtos apícolas, como própolis e pólen, sem a necessidade de desmatamento ou uso intensivo de insumos químicos, contribuindo para a preservação dos ecossistemas locais.
O mel de abelhas sem ferrão apresenta propriedades físico-químicas distintas, como maior acidez e umidade, além de um perfil sensorial diferenciado. Estudos indicam que esse mel possui atividades antibacterianas, anti-inflamatórias e antioxidantes, tornando-o um produto com potencial nutracêutico e terapêutico. No entanto, a regulamentação específica para o mel de abelhas sem ferrão ainda é incipiente, o que representa um desafio para sua comercialização em larga escala. A definição de parâmetros de qualidade e identidade para esses méis é essencial para garantir a segurança alimentar e ampliar o mercado consumidor.
A meliponicultura também desempenha um papel importante na bioeconomia, integrando a produção de recursos biológicos renováveis com processos tecnológicos inovadores. Essa atividade promove a geração de renda de forma sustentável, valorizando os recursos naturais e culturais locais. Além disso, a criação de abelhas sem ferrão contribui para a segurança alimentar, ao assegurar a polinização de culturas agrícolas e a produção de alimentos.
A expansão da meliponicultura no Brasil requer investimentos em pesquisa, capacitação de meliponicultores e desenvolvimento de políticas públicas que reconheçam e incentivem a atividade. A disseminação de conhecimentos sobre as técnicas de manejo, os benefícios ecológicos e as potencialidades econômicas da meliponicultura é fundamental para seu fortalecimento.
Fonte:
O potencial farmacológico dos méis de abelha meliponini e o fator bioeconômico que compreende sua produção – Universidade Federal do Pará UFPA